segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Que é Sociologia?


A Sociologia é uma das ciências humanas que estuda as unidades que formam a sociedade, ou seja, estuda o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela psicologia, a Sociologia tem uma base teórico-metodológica, que serve para estudar os fenômenos sociais, tentando explicá-los, analisando os homens em suas relações de interdependência. Compreender as diferentes sociedades e culturas é um dos objetivos da sociologia.

A Sociologia ocupa-se, ao mesmo tempo, das observações do que é repetitivo nas relações sociais para daí formular generalizações teóricas; e também se interessa por eventos únicos sujeitos à inferência sociológica (como, por exemplo, o surgimento do capitalismo ou a gênese do Estado Moderno), procurando explicá-los no seu significado e importância singulares.
A Sociologia surgiu como uma disciplina no século XVIII, na forma de resposta acadêmica para um desafio de modernidade: se o mundo está ficando mais integrado, a experiência de pessoas do mundo é crescentemente atomizada e dispersada. Sociólogos não só esperavam entender o que unia os grupos sociais, mas também desenvolver um "antídoto" para a desintegração social.

Jean-Jacques Rousseau


Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de Junho de 1712 — Ermenonville, 2 de Julho de 1778) foi um filósofo genebrino, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata. Uma das figuras marcantes do Iluminismo francês, Rousseau é também um precursor do romantismo.
Ao defender que todos os homens nascem livres, e a liberdade faz parte da natureza do homem, Rousseau inspirou todos os movimentos que visavam uma busca pela liberdade. Incluem-se aí as Revoluções Liberais, o Marxismo, o Anarquismo etc.
Sua influência se faz sentir em nomes da literatura como Tolstói e Thoreau, influencia também movimentos de Ecologia Profunda, já que era adepto da proximidade com a natureza e afirmava que os problemas do homem decorriam dos males que a sociedade havia criado e não existiam no estado selvagem. Foi um dos grandes pensadores nos quais a Revolução Francesa se baseou, apesar de esta se apropriar erroneamente de muitas de suas ideias.
A filosofia política de Rousseau é inserida na perspectiva dita contratualista de filósofos britânicos dos séculos XVII e XVIII, e seu famoso Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens pode ser facilmente entendido como um diálogo com a obra de Thomas Hobbes.

Auguste Comte


Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de janeiro de 1798 — Paris, 5 de setembro de 1857) foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo.
Nascido em Montpellier, no Sul da França, Auguste Comte desde cedo revelou uma grande capacidade intelectual e uma memória prodigiosa. Seu interesse pelas ciências naturais era conjugado pelas questões históricas e sociais e, com 16 anos, em 1814, ingressou na Escola Politécnica de Paris. No período de 1817-1824 foi secretário do conde Henri de Saint-Simon (1760-1825), expoente do socialismo utópico; todavia, como Saint-Simon apropriava-se dos escritos de seus discípulos para si e como dava ênfase apenas à economia na interpretação dos problemas sociais, Comte rompeu com ele, passando a desenvolver autonomamente suas reflexões. São dessa época algumas fórmulas fundamentais: "Tudo é relativo, eis o único princípio absoluto" (1819) e "Todas as concepções humanas passam por três estádios sucessivos - teológico, metafísico e positivo -, com uma velocidade proporcional à velocidade dos fenômenos correspondentes" (1822) (a famosa "lei dos três estados").

Suas obras:
Opúsculos de Filosofia Social (1816-1828)
Curso de filosofia positiva, em 6 volumes (1830-1842)
Discurso sobre o espírito positivo (1848)
Discurso sobre o conjunto do Positivismo (1851)
Sistema de política positiva, em 4 volumes (1851-1854)
Catecismo positivista (1852)
Apelo aos conservadores (1855)
Síntese subjetiva (1856)
Correspondência, em 8 volumes (1816-1857)

Karl Marx


Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.
O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação, Arquitetura, Geografia e outras. Em uma pesquisa da rádio BBC de Londres, realizada em 2005, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.

A lista de obras de Karl Marx está dividida em três períodos, conforme fase: a primeira é usualmente referida como a do "jovem Marx" em (1841 a 1850), a segunda, um ''período de transição'' em(1852 a 1856)onde predominam artigos e panfletos e a terceira, um período dominado por estudos econômicos, referida como a do "Marx maduro" em (1857 a 1880).

David Émile Durkheim


Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos do conceito da coesão social.
Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura.
Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da solidariedade orgânica).
A sociologia fortaleceu-se graças a Durkheim e seus seguidores.

Suas principais obras são:
Da divisão do trabalho social (1893); Regras do método sociológico (1895); O suicídio (1897); As formas elementares de vida religiosa (1912). Fundou também a revista L'Année Sociologique, que afirmou a preeminência durkheimiana no mundo inteiro.

Max Weber


Maximillian Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia.

Para Weber a Sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social. Por isso, considerava o indivíduo e suas ações como ponto chave da investigação evidenciando o que para ele era o ponto de partida para a Sociologia, a compreensão e a percepção do sentido que a pessoa atribui à sua conduta.
O principal objetivo de Weber é compreender o sentido que cada pessoa dá a sua conduta e perceber assim a sua estrutura inteligível e não a análise das instituições sociais como dizia Durkheim.
Suas obras foram : Ensaios de Sociologia, em 1979.
Metodologia das Ciências Sociais, em 1992. (2 volumes)
Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva, em 1994.
Ciência e Política: duas vocações, em 2000.
A ética protestante e o espírito do capitalismo, em 2003.
Ciência e política: duas vocações, em 2003.
A ética protestante e o espírito capitalista, em 2004.

Bronisław Malinowski


Bronisław Kasper Malinowski (Cracóvia, 7 de Abril de 1884 — New Haven, 16 de Maio de 1942) foi um antropólogo polaco. Ele é considerado um dos fundadores da antropologia social. Fundou a escola funcionalista. Suas grandes influências incluiam James Frazer e Ernst Mach.
Segundo o antropólogo Ernest Gellner, Malinowski tomou uma posição original em relação aos conflitos de idéias do seu tempo. Ele não repudiou o nacionalismo, uma das ideologias nascentes e marcantes do século XIX. Mas ele fusionou o romantismo com o positivismo de uma nova maneira, tornando possível investigar as velhas comunidades mas ao mesmo tempo recusando conferir autoridade ao passado. Ele rejeitou a especulação evolucionista e a manipulação do passado para fins do presente, pecados vulgares do seu tempo.
Sem dúvida, a principal contribuição de Malinowski à antropologia foi o desenvolvimento de um novo método de investigação de campo, cuja origem remonta à sua intensa experiência de pesquisa na Austrália, inicialmente com o povo Mailu (1915) e posteriormente com os nativos das Ilhas Trobriand (1915-16, 1917-18).

Karl Mannheim


Karl Mannheim (Budapeste, 27 de Março de 1893 — Londres, 9 de Janeiro de 1947) foi um sociólogo judeu nascido na Hungria.
Iniciou seus estudos de filosofia e sociologia em Budapeste participando de um grupo de estudos coordenado por Georg Lukács. Estudou também em Berlim — onde ouviu as preleções de Georg Simmel — e Paris. Em Heidelberg, onde Mannheim foi aluno do sociólogo Alfred Weber, irmão de Max Weber, tornou-se privatdozent a partir de 1920. Foi professor extraordinário de sociologia em Frankfurt a partir de 1934. Em 1935, com a ascensão do nazismo Mannheim deixou a Alemanha para tornar-se professor da London School of Economics.
O marxismo exerceu inicialmente uma forte influência sobre o pensamento de Mannheim, mas acabou abandonando-o, em parte por não acreditar que fossem necessários meios revolucionários para atingir uma sociedade melhor. Seu pensamento assemelha-se em certos aspectos aos de Hegel e Comte: acreditava que, no futuro, o homem iria superar o domínio que os processos históricos exercem sobre ele. Foi também muito influenciado pelo historicismo alemão e pelo pragmatismo inglês.
Seu primeiro livro, Ideologie und Utopia (Ideologia e utopia), de 1929, é também considerado seu mais importante escrito. Nesta obra, Mannheim afirma que todo ato de conhecimento não resulta apenas da consciência puramente teórica mas também de inúmeros elementos de natureza não teórica, provenientes da vida social e das influências e vontades a que o indivíduo está sujeito.
Segundo Mannheim, a influência desses fatores é da maior importância e sua investigação deveria ser o objeto de uma nova disciplina: a sociologia do conhecimento. Cada fase da humanidade seria dominada por certo tipo de pensamento e a comparação entre vários estilos diferentes seria impossível. Em cada fase aparecem tendências conflitantes, apontando seja para a conservação, seja para a mudança. A adesão à primeira tende a produzir ideologias e a adesão à segunda tende a produzir utopias.
O pensamento de Mannheim foi ciriticado sob alegação de, através do historicismo, conduzir ao relativismo. Mannheim negou essa crítica, afirmando que o relativismo só existe dentro de uma concepção absolutista das ideologias ou de qualquer forma de pensamento.
Outras investigações importantes de Mannheim compreendem estudos sobre as relações entre pensamento e ação. Sua contribuição para a teoria do planejamento e para a caracterização das sociedades de massa tem especial destaque.

Outras obras do autor:
Mensh und Gesellschaft im Zeitalter des Umbaus (O homem e a sociedade na época de crise), de 1935
Diagnosis of our time (Diagnóstigo do nosso tempo), de 1943
Freedom, power an democratic planning (Liberdade, poder e planejamento democrático), de 1951

Antonio Gramsci


Antonio Gramsci (Ales, 22 de janeiro de 1891 — Roma, 27 de abril de 1937) foi um político, cientista político, comunista e antifascista italiano.

Obras: Os 32 Cadernos do Cárcere, de 2.848 páginas, não eram destinados à publicação. Trazem reflexões e anotações do tempo em que Gramsci esteve preso, que começaram a 8 de Fevereiro de 1929 e terminaram em Agosto de 1935, por conta dos seus problemas de saúde. Foi Tatiana Schucht, sua cunhada, que os enumerou, sem todavia levar em conta sua cronologia.

Depois do final da guerra, os Cadernos, revisados por Felice Platone, foram publicados pela editora Einaudi – juntamente com as cartas que, da prisão, escrevia a familiares – em seis volumes, ordenados por temas, com os seguintes títulos:

* Il materialismo storico e la filosofia di Benedetto Croce 1948
* Gli intellettuali e l'organizzazione della cultura 1949
* Il Risorgimento 1949
* Note sul Machiavelli, sulla política e sullo Stato moderno 1949
* Letteratura e vita nazionale 1950
* Passato e presente 1951

Foi somente em 1975, graças a Valentino Gerratana, que os Cadernos foram publicados segundo a ordem cronológica em que foram escritos. Também foram recolhidos no mesmo volume todos os artigos de Gramsci nas publicações Avanti!, Grido del popolo e L'Ordine nuovo.

Charles Wright Mills


Charles Wright Mills (Waco, Texas, 28 de agosto de 1916 — Nyack, Nova Iorque, 20 de março de 1962) foi um sociólogo norte-americano.
Mestre em artes, filosofia e sociologia pela Universidade do Texas, doutorou-se em sociologia e antropologia pela Universidade de Wisconsin. Foi professor de Sociologia das Universidades de Maryland e Columbia.
O autor ficou principalmente conhecido por seu livro A Imaginação Sociológica, publicado originalmente nos EUA em 1959. Nele o autor faz um apelo para que sociólogos não deixem a imaginação e a criatividade de lado, ao exercerem sua profissão, em favor de uma pretensa objetividade e neutralidade do trabalho científico. Para o autor as grandes obras e os grandes intelectuais da história nunca abriram mão de sua reflexividade e criatividade, além de uma postura crítica diante da realidade. Como exemplos de trabalhos intelectuais de sua época, Mills cita O Behemoth de Franz Neumann como obra científica estimulante à reflexão, e a obra de Talcott Parsons como exemplo da tendência cientificista da sociologia de sua época e de linguagem desnecessariamente complicada e inacessível ao grande público.
Uma das críticas de Mills à sociologia era de que esta deveria ser acessível à compreensão do grande público. Esta sua crítica fazia parte de seu argumento maior de que o intelectual deveria manter uma postura crítica e reflexiva diante da realidade, e assim tomar parte nos debates públicos de sua época.
Mills foi leitor atento da obra de Max Weber, tendo editado nos EUA uma compilação de textos deste último, juntamente com Hans H. Gerth, obra que ficou intitulada 'From Max Weber: essays in Sociology' (traduzida para o português como 'Ensaios de Sociologia'). Nesta obra, Mills e Gerth apresentam uma importante reflexão sobre a obra de Max Weber articulada a um escorço biográfico deste autor.
Para Mills, a racionalidade do mundo ocidental da atualidade não produziu a indispensável libertação do ser humano, já que as principais idelogias desenvolvidas - capitalismo e socialismo - não se mostraram aptas a prever e controlar intensos processos de mudança social.

Obras:

Elite do poder (1956).
A imaginação sociológica (1959).
Listen Yankee-the revolution in Cuba (1960).
0s marxistas (1962)

Claude Lévi-Strauss


Claude Lévi-Strauss (Bruxelas, 28 de novembro de 1908 — Paris, 30 de outubro de 2009) foi um antropólogo, professor e filósofo francês. É considerado fundador da antropologia estruturalista, em meados da década de 1950, e um dos grandes intelectuais do século XX.
Professor honorário do Collège de France, ali ocupou a cátedra de antropologia social de 1959 a 1982. Foi também membro da Academia Francesa - o primeiro a atingir os 100 anos de idade.
Desde seus primeiros trabalhos sobre os povos indígenas do Brasil, que estudou em campo, no período de 1935 a 1939, e a publicação de sua tese As estruturas elementares do parentesco, em 1949, publicou uma extensa obra, reconhecida internacionalmente.
Dedicou uma tetralogia, as Mitológicas, ao estudo dos mitos, mas publicou também obras que escapam do enquadramento estrito dos estudos acadêmicos - dentre as quais o famoso Tristes Trópicos, publicado em 1955, que o tornou conhecido e apreciado por um vasto círculo de leitores.

Gilberto Freyre


Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 — Recife, 18 de julho de 1987) foi um sociólogo, antropólogo,escritor e pintor brasileiro, considerado como um dos grandes nomes da história do Brasil.
Suas obras: Casa-Grande & Senzala, 1933.
Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, 1934.
Sobrados e Mucambos, 1936.
Nordeste: Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem…, 1937.
Assucar, 1939.
Olinda, 1939.
O mundo que o português criou, 1940.
A história de um engenheiro francês no Brasil,1941.
Problemas brasileiros de antropologia, 1943.
Sociologia, 1945.
Interpretação do Brasil, 1947.
Ingleses no Brasil, 1948.
Ordem e Progresso, 1957.
O Recife sim, Recife não, 1960.
Vida social no Brasil nos meados do século XIX, (1964).
Brasis, Brasil e Brasília, 1968.
O brasileiro entre os outros hispanos, 1975.

Florestan Fernandes


Florestan Fernandes (São Paulo, 22 de julho de 1920 — São Paulo, 10 de agosto de 1995) foi um sociólogo e político brasileiro. Foi duas vezes deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores.
Principais obras:
Organização social dos tupinambá (1949);
A função social da guerra na sociedade tupinambá (1952);
A etnologia e a sociologia no Brasil (1958) (resenhas e questionamentos sobre a produção das Ciências Sociais no Brasil, até os anos 50);
Fundamentos empíricos da explicação sociológica (1959);
Mudanças sociais no Brasil (1960) (nesta obra Florestan faz um panorama de seu trabalho e retrata o Brasil);
Folclore e mudança social na cidade de São Paulo (1961) (esta obra reúne trabalhos e pesquisas realizadas nos anos em que Florestan foi aluno de Roger Bastide na USP, dedicados a várias manifestações de cultura popular entre crianças da cidade de São Paulo).
A integração do negro na sociedade de classes (1964) (estudo das relações raciais no Brasil);
Sociedade de classes e subdesenvolvimento (1968);
A investigação etnológica no Brasil e outros ensaios (1975) (reedição em volume de artigos anteriormente publicados em revisas científicas e dedicados à produção recente da antropologia brasileira);
A revolução burguesa no Brasil: Ensaio de Interpretação Sociológica(1975).

Alain Touraine


Alain Touraine (Hermanville-sur-Mer, 3 de agosto de 1925) é um sociólogo francês.
Tornou-se conhecido por ter sido o pai da expressão "sociedade pós-industrial". Seu trabalho é baseado na "sociologia de acção" e seu principal ponto de interesse tem sido o estudo dos movimentos sociais. Touraine acredita que a sociedade molda o seu futuro através de mecanismos estruturais e das suas próprias lutas sociais. Tem estudado e escrito acerca dos movimentos de trabalhadores em todo o mundo, particularmente na América Latina e, mais recentemente, na Polónia , onde observou e ajudou ao nascimento do Solidarność e desenvolveu um método de pesquisa denominado intervenção sociológica.
Touraine ganhou imensa popularidade na América Latina bem como na Europa Continental. No entanto, esse reconhecimento tem tardado a chegar dos países do mundo anglo-saxão. De cerca de vinte livros que publicou, menos da metade foi traduzida para a Língua Inglesa

sábado, 19 de junho de 2010

O Que é Filosofia?



A filosofia surge na Grécia Antiga como uma atividade especial do homem sábio, o amigo do saber (filo + sophia = amor à sabedoria). Desde então inúmeras foram as tentativas de definir exatamente o que procura e o que faz um filósofo. Todos reconhecem a sua importância e a imensa utilidade, são porém imprecisos e divergem em relação a determinar qual a sua verdadeira ciência. Aristóteles, discípulo de Platão e fundador do Liceu, uma escola voltada para o saber e a ciência que ele instalou em Atenas no século IV a.C., fez uma das mais claras exposições sobre as qualidades da filosofia.

Os Principais Periodos Da Filosofia

A filosofia pode ser dividida em:

Filosofia Antiga (do seculo VI a.c ao seculo VI d.c) : é o período compreendido entre o surgimento da filosofia e a queda do Império Romano.A filosofia antiga nasceu de uma necessidade em explicar o mundo com explicações reais, sem buscar explicação no mitológico, no incompreensível; derrubando assim o mito para introduzir uma nova forma de analisar e compreender o mundo e seus fenômenos. Dentro deste período encontram-se grandes filòsofos como Sòcrates, Platão ou Aristóteles.

Filosofia Medieval ( do seculo VIII ao seculo XIV) :É um período que se caracteriza pelo resultado dos esforços dos primeiros Padres da Igreja para conciliar a nova religião com o pensamento filosófico mais corrente da época entre os gregos e os romanos. Não obstante, tomou como tarefa a defesa da fé cristã, frente as diversas críticas advindas de valores teóricos e morais dos “antigos”. Dentro deste período encontram-se grandes filòsofos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

Filosofia da Renascença ( do seculo XIV ao seculo XVI) :é o período da história da filosofia na Europa que, grosso modo, ocupa o espaço entre a Idade Média e o Iluminismo. Inclui o século XV; alguns eruditos estendem-na de 1350 até ao século XVI ou início do século XVII, justapondo-se à Reforma e à primeira era moderna. Entre os elementos característicos da Renascença filosófica são: a revivificação (Renascença significa "renascimento") da civilização clássica e da educação; um regresso parcial à autoridade de Platão substituindo a de Aristóteles, que havia dominado a filosofia medieval; e, entre alguns filósofos, o entusiasmo pelo oculto e Hermetismo. Dentro deste período encontram-se filòsofo como: Giovanni Pico della Mirandola

Filosofia Moderna:é toda a filosofia que se desenvolveu durante os séculos XV, XVI, XVII, XVIII, XIX; começando pelo Renascimento e se estendento até meados do século XX. Dentro deste período encontram-se grandes filòsofos como Descartes, Pascal, Hobbes, Leibniz, Locke, Berkeley, Newton, Hume e Kant.

Filosofia Contemporânea ( do seculo XIX) :trouxe uma série de desenvolvimentos contraditórios em cima da base de conhecimento e a validez de variações absolutas. Com o pensamento clássico certezas foram derrubadas, e problemas sociais, econômicos, científicos, formas novas do que é a lógica e a ética, a filosofia do século 20 era diferentemente fixa para uma série de tentativas de reformar, preservar, alterar os limites antes concebidos. Encontram-se filòsofos como Sartre, Baudrillart, Camus.

Origem Da Filosofia

Surgiu nos séculos VII-VI a.C. nas cidades gregas situadas na Ásia Menor. Começa por ser uma interpretação des-sacralizada dos mitos cosmogônicos difundidos pelas religiões do tempo. Não apenas de mitos gregos, mas dos mitos de todas as religiões que influenciavam a Ásia menor.

Os mitos foram, segundo Platão e Aristóteles, a matéria inicial de reflexão dos filósofos. Os mitos tornaram-se um campo comum da religião e da filosofia, revelando que a pretensa separação entre esses dois modos do homem interpretar a realidade não é tão nítida como aparentemente se julga.

Modernamente, é a disciplina ou a área de estudos que envolve a investigação, a argumentação, a análise, discussão, formação e reflexão das ideias sobre o mundo, o Homem e o ser. Originou-se da inquietude gerada pela curiosidade em compreender e questionar os valores e as interpretações aceitas sobre a realidade dadas pelo senso comum e pela tradição.

As interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento de todo o conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração em geração. Ocorreram inicialmente através da observação dos fenômenos naturais e sofreram influência das relações humanas estabelecidas até a formação da sociedade, isto em conformidade com os padrões de comportamentos éticos ou morais tidos como aceitáveis em determinada época por um determinado grupo ou determinada relação humana. A partir da Filosofia surge a Ciência, pois o Homem reorganiza as inquietações que assolam o campo das ideias e utiliza-se de experimentos para interagir com a sua própria realidade. Assim a partir da inquietação, o homem através de instrumentos e procedimentos equaciona o campo das hipóteses e exercita a razão. São organizados os padrões de pensamentos que formulam as diversas teorias agregadas ao conhecimento humano. Contudo o conhecimento científico por sua própria natureza torna-se suscetível às descobertas de novas ferramentas ou instrumentos que aprimoraram o campo da sua observação e manipulação, o que em última análise, implica tanto a ampliação quanto o questionamento de tais conhecimentos. Neste contexto a filosofia surge como "a mãe de todas as ciências".

Podemos resumir que a filosofia consiste no estudo das características mais gerais e abstratas do mundo e das categorias com que pensamos: Mente (pensar), matéria (o que sensibiliza noções como quente ou frio sobre o realismo), razão (lógica), demonstração e verdade. Pensamento vem da palavra Epistemologia "Episteme" significa "ter Ciência" "logia" significa Estudo.

O que é Filosofo?

Ser filósofo é ser cidadão por excelência;
Os filósofos eram adversários da democracia, pois segundos estes, o saber não era prioridade, imperando a incompetência e a falsidade da maioria.
Buscavam conceitos universais;
Arché (origem, essência, ser) princípio fundamental;
Críticos dos costumes de seu tempo;
Contribuíram para o pensamento político;
Pré-socráticos - Sócrates - Platão.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sócrates



(c. 469-399 a. C.) Uma das figuras mais carismáticas e enigmáticas da história da filosofia. Embora nada tenha escrito, a sua influência é enorme e é responsável pela viragem da filosofia das questões da natureza para as questões humanas. Pouco mais se sabe acerca da sua vida, para além de que participou na guerra do Peloponeso e foi condenado à morte sob a acusação de impiedade e de corromper a juventude. Também se sabe pouco acerca do seu pensamento, embora seja a figura central de muitos diálogos de Platão, uma vez que é difícil diferenciar o Sócrates histórico da personagem platónica. Para Sócrates, a filosofia é um modo de vida e, por isso, fazia filosofia na ágora (praça pública), no ginásio ou nas ruas de Atenas, dialogando com aqueles que estivessem dispostos a investigar com ele um qualquer conceito moral. Começava por pedir ao seu interlocutor a definição de uma virtude, como a justiça, e depois, por intermédio de perguntas e respostas, levava-o a chegar a uma conclusão contraditória (ver contradição) com a definição que tinha apresentado. Com este método de refutação (elenchus) procurava mostrar àqueles que pretendiam ser sábios que as suas crenças (ver crença) eram inconsistentes (verinconsistência) e, deste modo, levá-los a formular crenças mais adequadas. Apesar de afirmar não saber as respostas às questões que punha sobre as definições, há algumas ideias que parece ter assumido. As mais importantes são que a virtude, embora não possa ser ensinada, é conhecimento; que ninguém faz o mal (ver mal moral) voluntariamente; que não se pode fazer mal a um homem bom; que é pior fazer do que sofrer o mal; e que todas as virtudes se reduzem a uma, o conhecimento do que é e não é bom para um ser humano.

PLATÃO


(427-347 a. C.)Filósofo grego que, juntamente com Sócrates, seu mestre, e Aristóteles, seu discípulo, é uma das figuras mais importantes da filosofiaver ética) e político (ver filosofia política). Fundou em Atenas, em 387, uma escola dedicada ao ensino e à investigação, chamada Academia, onde ensinou até ao final da sua vida. Com excepção da Apologia de Sócrates (trad. 1993, INCM), todas as outras obras que escreveu são diálogos, que é comum distribuir por três períodos: juventude, maturidade e velhice. As obras do primeiro período tratam de conceitos morais específicos, como a piedade (Êutifron) ou a coragem (Laques) e nelas Sócrates é a figura central; as obras de maturidade expõem as suas principais teorias (teoria das ideias, da imortalidade e transmigração das almas); e nas obras de velhice, critica e revê algumas das teorias dos diálogos de maturidade. Defendeu que aquilo que várias acções justas têm em comum é o facto de participarem da ideia ou Forma de justiça. As Ideias são eternas e imutáveis, ao passo que as coisas sensíveis, que delas participam, são perecíveis e mutáveis. Existe uma hierarquia do ser, desde as imagens, artefactos (ver artefacto) e seres vivos, que constituem o mundo sensível e que são objecto de opinião, até às entidades matemáticas e às Ideias (de que a suprema é a Ideia incondicionada de Bem), que constituem o mundo inteligível e cujo conhecimento consiste na recordação (ver reminiscência) daquilo que a alma imortal contemplou aquando da sua existência separada do corpo. A justiça consiste em cada um desempenhar na cidade a função para a qual a sua natureza é mais adequada e a sociedade justa é aquela em que os cidadãos estão distribuídos por três classes, de acordo com a sua natureza: guardiões, que têm a seu cargo o governo; guerreiros, que protegem a cidade dos inimigos; e artesãos, a que pertencem a generalidade dos habitantes.

ARISTÓTELES



(384-322 a. C.) Um dos mais influentes filósofos de sempre. Nasceu em Estagira, no norte da Grécia. Foi discípulo de Platão em Atenas e mestre de Alexandre Magno, na Macedónia. Depois da morte de Platão, fundou em Atenas a sua própria escola, a que deu o nome de Liceu. Os seus interesses eram os mais variados. Não houve quase nenhum domínio do conhecimento sobre o qual não tivesse escrito e atribuía uma grande importância à observação da natureza. Ele próprio procedeu a estudos minuciosos nos domínios da física, biologia, psicologia e linguagem. Como é típico nos melhores filósofos, era muito rigoroso na justificação das suas opiniões e meticuloso na ponderação dos argumentos contrários, evitando chegar a conclusões precipitadas. Entre as disciplinas filosóficas que desenvolveu contam-se a lógica, a metafísica, a ética, a filosofia política, e a estética. Pode mesmo dizer-se que foi o fundador da Lógica, começando o seu estudo praticamente do nada. Se bem que limitada e com várias deficiências, a teoria lógica aristotélica foi o resultado de um trabalho notável de inteligência, de tal modo que, no essencial, se manteve incontestada e estudada até ao final do séc. XIX. Aristóteles procurou determinar as formas válidas de inferência, isto é, as inferências cuja forma nos impede de chegar a uma conclusão falsa a partir de premissas verdadeiras (ver premissa). E estabeleceu um conjunto de regras para identificar as boas e evitar as más inferências (ver lógica aristotélica). Organon é o nome dado ao conjunto das suas obras de lógica. Na Metafísica, uma das suas obras mais marcantes (assim chamada apenas porque foi publicada a seguir à Física), Aristóteles descreve esta disciplina como o estudo do "ser enquanto ser", isto é, o estudo do ser em geral, independentemente do modo particular como as coisas são. Muitos dos conceitos metafísicos ainda hoje utilizados foram introduzidos por si. Em Ética a Nicómaco (assim chamada por ter sido dedicada a seu filho Nicómaco), Aristóteles argumenta, entre outras coisas, a favor da ideia de que as virtudes morais, como a generosidade e a honestidade, não são inatas. Só o hábito de evitar excessos de qualquer tipo nos pode tornar pessoas virtuosas.