sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sócrates



(c. 469-399 a. C.) Uma das figuras mais carismáticas e enigmáticas da história da filosofia. Embora nada tenha escrito, a sua influência é enorme e é responsável pela viragem da filosofia das questões da natureza para as questões humanas. Pouco mais se sabe acerca da sua vida, para além de que participou na guerra do Peloponeso e foi condenado à morte sob a acusação de impiedade e de corromper a juventude. Também se sabe pouco acerca do seu pensamento, embora seja a figura central de muitos diálogos de Platão, uma vez que é difícil diferenciar o Sócrates histórico da personagem platónica. Para Sócrates, a filosofia é um modo de vida e, por isso, fazia filosofia na ágora (praça pública), no ginásio ou nas ruas de Atenas, dialogando com aqueles que estivessem dispostos a investigar com ele um qualquer conceito moral. Começava por pedir ao seu interlocutor a definição de uma virtude, como a justiça, e depois, por intermédio de perguntas e respostas, levava-o a chegar a uma conclusão contraditória (ver contradição) com a definição que tinha apresentado. Com este método de refutação (elenchus) procurava mostrar àqueles que pretendiam ser sábios que as suas crenças (ver crença) eram inconsistentes (verinconsistência) e, deste modo, levá-los a formular crenças mais adequadas. Apesar de afirmar não saber as respostas às questões que punha sobre as definições, há algumas ideias que parece ter assumido. As mais importantes são que a virtude, embora não possa ser ensinada, é conhecimento; que ninguém faz o mal (ver mal moral) voluntariamente; que não se pode fazer mal a um homem bom; que é pior fazer do que sofrer o mal; e que todas as virtudes se reduzem a uma, o conhecimento do que é e não é bom para um ser humano.

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