PLATÃO
(427-347 a. C.)Filósofo grego que, juntamente com Sócrates, seu mestre, e Aristóteles, seu discípulo, é uma das figuras mais importantes da filosofiaver ética) e político (ver filosofia política). Fundou em Atenas, em 387, uma escola dedicada ao ensino e à investigação, chamada Academia, onde ensinou até ao final da sua vida. Com excepção da Apologia de Sócrates (trad. 1993, INCM), todas as outras obras que escreveu são diálogos, que é comum distribuir por três períodos: juventude, maturidade e velhice. As obras do primeiro período tratam de conceitos morais específicos, como a piedade (Êutifron) ou a coragem (Laques) e nelas Sócrates é a figura central; as obras de maturidade expõem as suas principais teorias (teoria das ideias, da imortalidade e transmigração das almas); e nas obras de velhice, critica e revê algumas das teorias dos diálogos de maturidade. Defendeu que aquilo que várias acções justas têm em comum é o facto de participarem da ideia ou Forma de justiça. As Ideias são eternas e imutáveis, ao passo que as coisas sensíveis, que delas participam, são perecíveis e mutáveis. Existe uma hierarquia do ser, desde as imagens, artefactos (ver artefacto) e seres vivos, que constituem o mundo sensível e que são objecto de opinião, até às entidades matemáticas e às Ideias (de que a suprema é a Ideia incondicionada de Bem), que constituem o mundo inteligível e cujo conhecimento consiste na recordação (ver reminiscência) daquilo que a alma imortal contemplou aquando da sua existência separada do corpo. A justiça consiste em cada um desempenhar na cidade a função para a qual a sua natureza é mais adequada e a sociedade justa é aquela em que os cidadãos estão distribuídos por três classes, de acordo com a sua natureza: guardiões, que têm a seu cargo o governo; guerreiros, que protegem a cidade dos inimigos; e artesãos, a que pertencem a generalidade dos habitantes.
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